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Por Ana M M González

Parceria perfeita


Tem dias que a conversa rola solta entre o cobrador e o motorista. Nesses dias, o ônibus não tem muita gente pelos corredores, o que facilita a falação. E os assuntos se estendem sem pressa. O agendamento das corridas do ônibus, as folgas, a política, amizades, comentários de amigos, família...

Mas há outras funções entre esses dois profissionais que me agradam especialmente. A parceria durante o trajeto, no funcionamento da vida externa e interna do ônibus. Parece complicado, mas é simples. Nada do outro mundo.

Em alguns cruzamentos das ruas, mais difíceis, o cobrador coloca o braço para fora do ônibus e sinaliza para os veículos que estão na via que o ônibus precisa entrar... Entendeu? É algo que funciona sem tecnologia, sem sinais de luzes. É assim mesmo: sinal braçal, mãos e dedos se agitando, o carão meio fora da janela avisando que o ônibus está entrando.

Outro acontecimento, digamos também funcional, ocorre quando o cobrador vai dando a dica para o motorista colocar o carro a andar, depois que as pessoas já subiram ou desceram no ponto da rua. E esse combinado, que pode parecer hilário, é altamente operacional! Agiliza o trabalho do motorista e protege os passageiros.

Isso aconteceu esta semana. Eu estava sentada perto do cobrador e ele ia atento ao movimento das pessoas. A cada parada, ele falava “Bora” e o motorista colocava o coletivo para andar. Fechava a porta. Acelerava...

Às vezes, o cobrador bate com a mão na parede lateral do local onde ele se senta. O barulho, metálico e de frequência repetida, é a senha para o motorista. Ele, que muitas vezes fica fechado em uma espécie de cela na parte da frente, certamente já a conhece bem.

Conexão direta entre cabines do cobrador e do motorista. Trabalho em equipe!

Sinto-me parte de algo especial andando nesses ônibus. Um pouco de gratidão por essas pessoas, tão (criativas e) profissionais.

Pergunto-me se eles tomam uma cerveja ao final do dia de trabalho!

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