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Pro Coletivo

Ciclovia da Paulista acolhe exposição


A partir desta quarta-feira (9), a ciclovia da Avenida Paulista recebe a exposição “Quarta Revolução Industrial”, que em um quilômetro de extensão, entre a Rua Augusta e Alameda Lorena, mostra painéis relacionados ao mundo do trabalho. São 30 obras de 12 m² dos artistas Carla Caffé e Guto Lacaz.

A mostra faz parte da quarta edição do evento “Exposição de Maio na Paulista”, organizada pela UGT (União Geral dos Trabalhadores).

Desde a esquina da Rua Augusta, estendendo-se imponente até a Alameda Campinas, a mostra traz ilustrações inéditas dos dois artistas. A ilustração é a grande novidade na curadoria artística da DOC Galeria, de Monica Maia e Fernando Costa Netto, após três edições apresentando fotografias.

“Com esta exposição, a UGT quer mostrar que tem um futuro chegando, que pode ser bom ou não para o trabalhador. A linguagem que optamos em 2018 não foi a fotografia, mas o desenho, a arte de dois grandes artistas brasileiros”, diz o presidente da UGT, Ricardo Patah.

A primeira grande Exposição de Maio na Paulista, série criada pela Maná Produções, Comunicações e Eventos, aconteceu em 2015 e teve como tema os “30 Anos de Redemocratização do Brasil”; a segunda, em 2016, celebrou os “100 Anos do Samba”; a terceira, realizada em parceria com o PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e a OIT – Organização Internacional do Trabalho, representou os “17 Objetivos para Transformar o Mundo”, que podem mudar a cara do país, como a erradicação da pobreza, igualdade de gênero e educação de qualidade. Estas edições foram visitadas por 15 milhões de pessoas entre 2015 e 2017 e aguarda-se um público de cerca de 5 milhões de visitantes únicos para 2018.

“As ilustrações trazem reflexões sobre os processos históricos transformadores gerados nas três Revoluções Industriais e no momento atual”, segundo André Guimarães, realizador do evento. Guto Lacaz usa seu traço bem-humorado para descontruir imagens clássicas como a de Isaac Newton e a maçã ou O Pensador de Rodin. Já Carla Caffé trabalha numa espécie de timeline com olhar feminino, a eterna submissão da mão-de-obra da mulher e sua participação no mercado de trabalho, desde a escravidão até os dias atuais.

Tema do mais recente Fórum Mundial em Davos, a Quarta Revolução mostra a tendência à automatização total das fábricas, com o intuito de levar a produção à absoluta independência da mão de obra humana, diferente das revoluções anteriores. Estima-se que 40% dos postos de trabalho perdidos não serão substituídos, mas simplesmente eliminados. Nos anos 70, a Inglaterra tinha 7 milhões de britânicos trabalhando na indústria, que representava 40% do PIB do país. Atualmente são apenas 2,3 milhões de britânicos nas fábricas e a indústria representa 10% do mesmo PIB. No entanto, de lá pra cá a riqueza da região aumentou quatro vezes. Cai o peso da produção industrial, aumenta em outros setores, como o de serviços.

A Quarta Revolução é uma nova fase da revolução tecnológica que já vem transformando a forma como trabalhamos. Em sua escala, alcance e complexidade, é um movimento diferente de qualquer outro que o ser humano tenha experimentado anteriormente, com consequências catastróficas. Ao mesmo tempo em que representa avanços reais, aumenta o desemprego, a pobreza, a desigualdade na distribuição de renda e todo tipo de perplexidade que essa tríade é capaz de produzir, como violência nos grandes centros e insegurança geopolítica. Ou se reinventa, como já estão pensando os magnatas da internet, Mark Zuckerberg e Bill Gates, que propõem a governos a criação de uma renda básica universal para todos os cidadãos, acreditando que o emprego como o concebemos hoje deixará de existir.

A sociedade e os trabalhadores têm que priorizar essa nova relação entre pessoas e robôs, nos dilemas éticos e sociais. Essa é a discussão que a União Geral dos Trabalhadores traz para a Avenida Paulista em Maio de 2018. Não é um evento que propriamente comemora o Dia do Trabalho, mas que coloca na pauta do 1º de Maio este assunto da maior importância e urgência para a sociedade.

Sobre Carla Caffé

Formada em arquitetura, trabalha com ilustração, design gráfico, arte, teatro e cinema. Participou de importantes mostras coletivas como a X e IV Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo. Sua última exposição foi na galeria Carbono. No cinema, trabalha como diretora de arte em longa-metragem, entre outros: Central do Brasil _ Walter Salles; Bossa Nova de Bruno Barreto; Narradores de Javé _ Eliane Caffé e Era o Hotel Cambridge de Eliane Caffé, do qual também fez toda a identidade visual do filme. É autora do livro Era o Hotel Cambridge, arquitetura, cinema e educação edições SESC; do livro de artista A(e)rea Paulista, publicado pela Galeria Vermelho; Av. Paulista pela editora Cosac Naify e SESC edições e São Paulo na linha, pela editora DBA. Atualmente é professora de desenho da Faculdade de arquitetura e urbanismo Escola da Cidade e das oficinas SESC Pompéia.

Sobre Guto Lacaz

Guto Lacaz é paulistano e arquiteto formado pela FAU. Iniciou sua carreira como artista plástico já com o prêmio Objeto Inusitado – Arte Aplicada/Paço das Artes, em 1978. Participou da 18º Bienal (1985). Em 1989 exibe a composição flutuante Auditório para questões delicadas, no Lago do Ibirapuera, e Cosmos – um passeio no infinito, no MASP. Sua trajetória continua com o Periscópio no Arte Cidade II (1994), a Bolsa Guggenheim (1995), o espetáculo Máquinas III (1999). Já em 2003, edita a série de 12 serigrafias Pequenas Grandes Ações; e em 2007 realiza a exposição Gráfica no CCSP e ganha o prêmio APCA Obra Gráfica. Em 2010, cria a escultura hidrocinética Ondas d’água para o lago do SESC Belenzinho, e no ano seguinte, participa do Aberto Brasília com seu Objeto Flutuante não Identificado - OFNI Paranoá.

A participação na III Bienal da Bahia com Saravá, espiral cinética para o Elevador Lacerda, e a inauguração de sua segunda escultura em espaço público, Ulysses, o elefante biruta, no Parque Pedreira do Chapadão em Campinas acontecem em 2014. Guto volta ao SESC Belenzinho, em 2017, com o conjunto hidro cinético Ondas d’água, leva a intervenção urbana cinética ADORARODA ao Largo da Batata e recebe o prêmio APCA Fronteiras da Arquitetura. Guto colabora com as revistas Caros Amigos, Ocas e Ottica; é membro da AGI – Alliance Graphique Internationale; lançou os livros Desculpe a Letra / Ateliê Editorial, Gráfica / Arte Moderna, omemhobjeto / Decor Books, 80 desenhos / Dash Editora, e as edições de autor Arte é energia IOK, Contas Anacíclicas, inveja, FUTURO, ouvi e ri e O roubo do Monumento às Bandeiras.

Ficha Técnica

Realização: UGT – União Geral dos Trabalhadores

Presidente: Ricardo Patah

Secretário de Organização e Políticas Sindicais: Francisco Pereira de Sousa

Criação, planejamento e produção: André Guimarães - Maná Produções, Comunicação e Eventos

Curadoria: Mônica Maia e Fernando Costa Netto - DOC Galeria

Serviço:

Exposição de Maio na Paulista - A Quarta Revolução Industrial

Ilustrações de Carla Caffé e Guto Lacaz

Ciclovia da Av. Paulista, entre Rua Augusta e Al. Campinas

De 9 de maio a 9 de junho

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