Metrô testa QR Code como forma de pagamento
Ontem, dia 3 de setembro, começou um projeto-piloto para testar o uso de QR Code em sete estações do Metrô e da CPTM. O projeto terá duração de 45 dias e é uma tentativa de trabalhar e implantar essa tecnologia em todo o sistema.
Em outubro de 2016, o governo do estado de SP havia testado o pagamento por esta via na estação Tamanduateí da Linha 10-Turquesa, com o objetivo de reduzir custos e agilizar a entrada no meio de transporte.
A maior novidade da tecnologia é preparar o sistema para uso do smartphone como forma de aquisição de passagens. Caso o QR code seja aprovado, será possível ao passageiro adquirir a bilhete via internet e usar o próprio celular para leitura do código pela catraca – um sistema semelhante ao que existe hoje no transporte aéreo.
A novidade está disponível nas estações São Judas e Paraíso (Linha 1-Azul) e Pedro II (Linha 3-Vermelha) do Metrô e Autódromo (Linha 9-Esmeralda), Tamanduateí (Linha 10-Turquesa), Dom Bosco (Linha 11-Coral) e Aeroporto-Guarulhos (Linha 13-Jade) da CPTM.
Em cada uma delas existem dois bloqueios com validadores capazes de ler o QR Code, cujos bilhetes não valem para integração com outros modais. Para adquirir o bilhete pelo smartphone é preciso baixar o aplicativo VouD tanto para Android quanto iOS. Para liberar o bloqueio é preciso abrir o código na tela e validá-lo de forma semelhante ao uso do cartão BOM, por exemplo.
Também é possível imprimir o código nas máquinas de autoatendimento mediante pagamento por cartão de débito ou então comprá-lo nas bilheterias com dinheiro.
Os bilhetes com QR Code serão válidos até 18 de outubro, mas a Secretaria dos Transportes Metropolitanos recomenda, no entanto, que eles sejam usados o quanto antes por risco de a impressão perder qualidade.
A iniciativa da gestão de João Doria tem estudado soluções para reduzir custos e fraudes no pagamento das tarifas de Metrô e CPTM, sobretudo em relação ao Bilhete Único, sistema controlado pela Prefeitura de São Paulo. O governo pretende utilizar os meios eletrônicos para facilitar o serviço, algo que já é comum em vários sistemas sobre trilhos no mundo e mesmo no Brasil.
O MetrôRio, por exemplo, já utiliza o pagamento por aproximação em parceria com a Visa.Trata-se da tecnologia mais promissora porque evita a impressão de bilhetes e reduz custos e riscos por não ser necessário manter um cartão específico para uso no transporte público.
O Metrô de Nova York adotou a tecnologia recentemente enquanto a Transport for London, responsável pelo transporte em Londres, já usa o chamado “contactless” com sucesso há bastante tempo, dispensando o famoso cartão Oyster.
Na China, o país mais tecnológico do planeta, o QR Code é usado para quase tudo. Na cidade de Shenzhen, por exemplo, cerca de 228 mil pessoas usam a tecnologia por dia nas estações de metrô (foto abaixo).
Já em São Paulo, a burocracia tem dominado toda a rede pagamento de passagem a começar pelo fato de mais de uma empresa operar linhas. Por essa razão, o governo utiliza uma câmara de compensação para repassar os valores para cada uma. Além disso, tanto Metrô como CPTM ainda utilizam o velho bilhete de papel Edmonson, mas que só valem nas respectivas linhas de cada companhia. Segundo a STM, 15% dos pagamentos no Metrô são feitos com bilhete Edmonson enquanto na CPTM essa participação é maior: 25%.